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Bônus 10: "Onze astros", de Mahmud Darwich

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Se você tem interesse pela causa palestina, procure ler Mahmud Darwich
Escrito por Benedito Costa, publicado pelo Plural.
A primeira observação que preciso fazer sobre “Onze astros”, de Mahmud Darwich (1941–2008), é sobre sua estrutura de escrita. São seis poemas longos, os quais no original são versificados de acordo com certa tradição do árabe.
Explico: tanto pela escrita (mesmo no árabe) quanto pela tradução que infelizmente precisa deixar de lado a metrificação e as possíveis rimas, quanto pela própria junção desses seis poemas longos, o livro de Darwich pode ser lido como uma grande narrativa.
Tenho como base aqui outros textos estranhos a toda sorte de classificação, a qual procuro deixar de lado nesta coluna: “Os cantos”, de Ezra Pound, por exemplo; os recentes “Autobiografia do vermelho”, de Anne Carson, “Viagem à Índia”, de Gonçalo Tavares, e tantos outros. Sei que a problemática entre “poema em prosa”, “prosa poética”, “narrativa com (alto) teor poético” é uma questão sem solução – e por vezes nosso desejo é de ler um Todorov qualquer que possa explicar o que cada coisa é sem imaginar que surgirá algo depois que não é nem uma coisa nem outra.
Uma segunda observação importante é que Darwich é um autor altamente intertextual/interdiscursivo. Evidentemente, para escritores assim, caberá ao leitor fazer o levantamento do possível: se ele cita um mito bíblico ou corânico ou se ele cita um sábio judeu ou muçulmano, se ele cita um sultão do século 9º, talvez isso, por mais erudito que possa ser, ainda será mais “fácil” do que o diálogo que ele faz com uma longa tradição da escrita árabe e, em particular, com o universo cultural de uma região que ele diz estar entre “o Egito, a Ásia e o Norte”.
Ele se refere à região que engloba a Palestina, a Síria, parte do Iraque e a Jordânia. Embora um entrave histórico e geográfico, aparentemente pequeno, frente à vastidão do que já foi o império árabe (ou turco, ou mongol), é bastante coisa. Ele mesmo lembra que a região já foi invadida por faraós, césares, líderes mongóis… E hoje é caminho de um sem número de outros povos que passaram por ali: ingleses, franceses, americanos, israelenses…
Do mesmo modo, a escrita de Anne Carson, que faz profundas referências à tradição da escrita grega, também traz esse desafio. Talvez seja fácil encontrar ali a presença de Hércules, mas identificar o tipo de versificação utilizada por Estersícoro, intraduzível, é algo para especialistas muito capacitados. (O tipo de versificação é o dátilo-epitrito, em tríades.)
Há muito em que prestar atenção, mas eu fecharia com uma terceira e importante observação: a origem da expressão “onze astros”. Ela vem do sonho de José, que, no Gênesis está em 37:9. O sonho de José ofende a seu pai e a seus irmãos, que perguntam se ele, José, deseja que o pai e os irmãos se ajoelhem perante ele. Não é o caso, claro. No livro de Darwich, o desejo igualmente não é o da subserviência e sim o da libertação.
Ao longo dos poemas, Darwich falará das “duas quedas após o Paraíso” adâmico. Ele lida com paralelos: invasões antigas anteriores ao surgimento do Islamismo, a expulsão dos mouros da Península Ibérica, a instituição de Israel na Palestina em 1948.
Como bem observa o tradutor Michel Sleiman, os poemas partem do coletivo para o individual. No entanto, como muito bem observa Adônis da Síria em “A time between ashes and roses” [Um tempo entre as cinzas e as rosas], “toda morte é uma morte árabe”. Não porque toda morte seja triste mas porque toda morte é terrivelmente triste. Então, o individual e o coletivo se misturam, sem separação.
A leitura de Darwich é quase uma obrigação para quem tem um mínimo de interesse pela causa palestina. Ele é considerado o poeta por excelência do povo palestino – e muitos palestinos não apenas conhecem seus poemas, mas também cantam seus versos.
Possivelmente, o poema mais famoso dele no Ocidente seja “Entre Rita e mim há um fuzil”. Nesse “Onze astros”, ele retoma esse poema, como se continuasse a narrativa de um amor impossível, que serve perfeitamente de metáfora para povos de mesmas origens, mas inconciliáveis.
Sobre as obras citadas, “Onze astros” tem tradução e introdução de Michel Sleiman, pela excelente editora Tabla. “Autobiografia do vermelho”, da Editora 34, tem tradução de Ismar Tirelli Neto. “A time between ashes and roses”, infelizmente, não tem tradução para o português, mas você pode ler “Poemas”, de Adônis, também com tradução de Michel Sleiman, pela Companhia das Letras.
“Uma viagem à Índia” tem edição pela Leya. “Os cantos”, de Ezra Pound, tem tradução de José Lino Grünewald e está em catálogo pela Nova Fronteira (que também coeditou uma versão do livro dentro da “Coleção Cultura”).
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Escrito por Benedito Costa, publicado pelo Plural.
A primeira observação que preciso fazer sobre “Onze astros”, de Mahmud Darwich (1941–2008), é sobre sua estrutura de escrita. São seis poemas longos, os quais no original são versificados de acordo com certa tradição do árabe.
Explico: tanto pela escrita (mesmo no árabe) quanto pela tradução que infelizmente precisa deixar de lado a metrificação e as possíveis rimas, quanto pela própria junção desses seis poemas longos, o livro de Darwich pode ser lido como uma grande narrativa.
Tenho como base aqui outros textos estranhos a toda sorte de classificação, a qual procuro deixar de lado nesta coluna: “Os cantos”, de Ezra Pound, por exemplo; os recentes “Autobiografia do vermelho”, de Anne Carson, “Viagem à Índia”, de Gonçalo Tavares, e tantos outros. Sei que a problemática entre “poema em prosa”, “prosa poética”, “narrativa com (alto) teor poético” é uma questão sem solução – e por vezes nosso desejo é de ler um Todorov qualquer que possa explicar o que cada coisa é sem imaginar que surgirá algo depois que não é nem uma coisa nem outra.
Uma segunda observação importante é que Darwich é um autor altamente intertextual/interdiscursivo. Evidentemente, para escritores assim, caberá ao leitor fazer o levantamento do possível: se ele cita um mito bíblico ou corânico ou se ele cita um sábio judeu ou muçulmano, se ele cita um sultão do século 9º, talvez isso, por mais erudito que possa ser, ainda será mais “fácil” do que o diálogo que ele faz com uma longa tradição da escrita árabe e, em particular, com o universo cultural de uma região que ele diz estar entre “o Egito, a Ásia e o Norte”.
Ele se refere à região que engloba a Palestina, a Síria, parte do Iraque e a Jordânia. Embora um entrave histórico e geográfico, aparentemente pequeno, frente à vastidão do que já foi o império árabe (ou turco, ou mongol), é bastante coisa. Ele mesmo lembra que a região já foi invadida por faraós, césares, líderes mongóis… E hoje é caminho de um sem número de outros povos que passaram por ali: ingleses, franceses, americanos, israelenses…
Do mesmo modo, a escrita de Anne Carson, que faz profundas referências à tradição da escrita grega, também traz esse desafio. Talvez seja fácil encontrar ali a presença de Hércules, mas identificar o tipo de versificação utilizada por Estersícoro, intraduzível, é algo para especialistas muito capacitados. (O tipo de versificação é o dátilo-epitrito, em tríades.)
Há muito em que prestar atenção, mas eu fecharia com uma terceira e importante observação: a origem da expressão “onze astros”. Ela vem do sonho de José, que, no Gênesis está em 37:9. O sonho de José ofende a seu pai e a seus irmãos, que perguntam se ele, José, deseja que o pai e os irmãos se ajoelhem perante ele. Não é o caso, claro. No livro de Darwich, o desejo igualmente não é o da subserviência e sim o da libertação.
Ao longo dos poemas, Darwich falará das “duas quedas após o Paraíso” adâmico. Ele lida com paralelos: invasões antigas anteriores ao surgimento do Islamismo, a expulsão dos mouros da Península Ibérica, a instituição de Israel na Palestina em 1948.
Como bem observa o tradutor Michel Sleiman, os poemas partem do coletivo para o individual. No entanto, como muito bem observa Adônis da Síria em “A time between ashes and roses” [Um tempo entre as cinzas e as rosas], “toda morte é uma morte árabe”. Não porque toda morte seja triste mas porque toda morte é terrivelmente triste. Então, o individual e o coletivo se misturam, sem separação.
A leitura de Darwich é quase uma obrigação para quem tem um mínimo de interesse pela causa palestina. Ele é considerado o poeta por excelência do povo palestino – e muitos palestinos não apenas conhecem seus poemas, mas também cantam seus versos.
Possivelmente, o poema mais famoso dele no Ocidente seja “Entre Rita e mim há um fuzil”. Nesse “Onze astros”, ele retoma esse poema, como se continuasse a narrativa de um amor impossível, que serve perfeitamente de metáfora para povos de mesmas origens, mas inconciliáveis.
Sobre as obras citadas, “Onze astros” tem tradução e introdução de Michel Sleiman, pela excelente editora Tabla. “Autobiografia do vermelho”, da Editora 34, tem tradução de Ismar Tirelli Neto. “A time between ashes and roses”, infelizmente, não tem tradução para o português, mas você pode ler “Poemas”, de Adônis, também com tradução de Michel Sleiman, pela Companhia das Letras.
“Uma viagem à Índia” tem edição pela Leya. “Os cantos”, de Ezra Pound, tem tradução de José Lino Grünewald e está em catálogo pela Nova Fronteira (que também coeditou uma versão do livro dentro da “Coleção Cultura”).
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