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Loucura da Idade Medieval ao Renascimento é tema de nova exposição no Louvre

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“Figuras do Louco, da Idade Média aos Românticos” é uma nova exposição do Museu do Louvre, em Paris, a respeito desse personagem que povoa o imaginário visual do século 13 ao século 16. O louco é uma figura que invade literalmente todo espaço artístico e se impõe como personagem fascinante, perturbada e subversiva, em uma época de grandes rupturas.

“Esta exposição nasceu de uma interrogação. Por que houve uma tal proliferação de loucos nos tempos góticos e na Renascença? Qual o significado dessa figura às vezes sorridente, ou dançante, às vezes os dois ao mesmo tempo?”, questiona Elisabeth Antoine-König, co-curadora da exposição.

“Os loucos são representados nos objetos mais variados, desde os mais modestos aos mais preciosos. Como nosso ponto de partida foram as representações, o nosso objetivo não foi escrever a história da loucura na era pré-clássica. Isso os historiadores já fizeram”, explica a conservadora geral do departamento de objetos de arte do Louvre.

“Além disso, os homens da Idade Média não estavam abordando a loucura sob o aspecto patológico ou médico. Ao tratar a figura multiforme do louco, o objetivo desta exposição foi também revelar uma Idade Média inesperada, ou melhor, mal conhecida, uma Idade Média que faz rir, refletir sobre nós mesmos e sobre nossas relações com outros”, diz Antoine-König, no vídeo de apresentação da mostra.

A exposição traz cerca de 350 obras emprestadas por instituições da França, Europa e Estados Unidos, com peças raras e excepcionais. Entre as preciosidades expostas, está a “Nau dos Loucos”, do holandês Jerônimo Bosch, conhecido por pinturas que misturam fantasia e grotesco.

O ser louco, endemoniado, meio homem, meio bicho, começa a aparecer nas bordas de livros sagrados, ricamente copiados e ilustrados à mão na Idade Média. Dali passa a figurar em livros impressos, gravuras, tapeçarias, pinturas, esculturas, objetos preciosos ou do cotidiano. Ele ganha outras vidas e formas com o passar do tempo, geralmente calcadas no grotesco e no ridículo.

A mostra aborda também a loucura do amor dos romances de cavalaria, com personagens célebres como Lancelote, um dos cavaleiros da Távola Redonda, e Tristão – de Isolda.

"Vim pelo tema. Acho interessante, pois é um tema que nunca foi tratado e, além disso, a loucura é algo muito relativo. A exposição mostra muito bem a loucura, o amor louco, a loucura religiosa. Ela mostra também o bobo da corte, que com suas loucuras vai salientar a sabedoria do rei. São oposições muito interessantes”, diz François, um visitante.

“E há também os códigos de cores, como os bobos da corte se vestiam com cores vibrantes, com guizos. A exposição cita Michel Pastoureau, que é um especialista das cores e que tratou do assunto de maneira excepcional. Depois, na última parte, temos o Dr. Philippe Pinel, que foi o primeiro a abordar a doença psiquiátrica de maneira inovadora, com a ideia de que muitos considerados loucos não precisavam ser internados, mas apenas ter uma adaptação ou viver um ambiente favorável”, acrescenta.

Já Catherine, visitante assídua do Louvre, aponta para a obra que mais a impressionou, a penúltima do extenso percurso: “Stanczyk durante um baile após a queda de Smolensk”, de Jan Matejko, 1862.

“É um bobo da corte polonês do século 16, que agoniza sobre o futuro de seu país enquanto os líderes fazem a festa nos fundos. Acho que é simbólico, pois ao longo da exposição a gente se questiona as razões e motivações e se este personagem não seria o fio condutor de todos os outros que estão à margem. São tantas fases e etapas diferentes – e talvez o resumo seja essa última figura”, conclui.

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“Esta exposição nasceu de uma interrogação. Por que houve uma tal proliferação de loucos nos tempos góticos e na Renascença? Qual o significado dessa figura às vezes sorridente, ou dançante, às vezes os dois ao mesmo tempo?”, questiona Elisabeth Antoine-König, co-curadora da exposição.

“Os loucos são representados nos objetos mais variados, desde os mais modestos aos mais preciosos. Como nosso ponto de partida foram as representações, o nosso objetivo não foi escrever a história da loucura na era pré-clássica. Isso os historiadores já fizeram”, explica a conservadora geral do departamento de objetos de arte do Louvre.

“Além disso, os homens da Idade Média não estavam abordando a loucura sob o aspecto patológico ou médico. Ao tratar a figura multiforme do louco, o objetivo desta exposição foi também revelar uma Idade Média inesperada, ou melhor, mal conhecida, uma Idade Média que faz rir, refletir sobre nós mesmos e sobre nossas relações com outros”, diz Antoine-König, no vídeo de apresentação da mostra.

A exposição traz cerca de 350 obras emprestadas por instituições da França, Europa e Estados Unidos, com peças raras e excepcionais. Entre as preciosidades expostas, está a “Nau dos Loucos”, do holandês Jerônimo Bosch, conhecido por pinturas que misturam fantasia e grotesco.

O ser louco, endemoniado, meio homem, meio bicho, começa a aparecer nas bordas de livros sagrados, ricamente copiados e ilustrados à mão na Idade Média. Dali passa a figurar em livros impressos, gravuras, tapeçarias, pinturas, esculturas, objetos preciosos ou do cotidiano. Ele ganha outras vidas e formas com o passar do tempo, geralmente calcadas no grotesco e no ridículo.

A mostra aborda também a loucura do amor dos romances de cavalaria, com personagens célebres como Lancelote, um dos cavaleiros da Távola Redonda, e Tristão – de Isolda.

"Vim pelo tema. Acho interessante, pois é um tema que nunca foi tratado e, além disso, a loucura é algo muito relativo. A exposição mostra muito bem a loucura, o amor louco, a loucura religiosa. Ela mostra também o bobo da corte, que com suas loucuras vai salientar a sabedoria do rei. São oposições muito interessantes”, diz François, um visitante.

“E há também os códigos de cores, como os bobos da corte se vestiam com cores vibrantes, com guizos. A exposição cita Michel Pastoureau, que é um especialista das cores e que tratou do assunto de maneira excepcional. Depois, na última parte, temos o Dr. Philippe Pinel, que foi o primeiro a abordar a doença psiquiátrica de maneira inovadora, com a ideia de que muitos considerados loucos não precisavam ser internados, mas apenas ter uma adaptação ou viver um ambiente favorável”, acrescenta.

Já Catherine, visitante assídua do Louvre, aponta para a obra que mais a impressionou, a penúltima do extenso percurso: “Stanczyk durante um baile após a queda de Smolensk”, de Jan Matejko, 1862.

“É um bobo da corte polonês do século 16, que agoniza sobre o futuro de seu país enquanto os líderes fazem a festa nos fundos. Acho que é simbólico, pois ao longo da exposição a gente se questiona as razões e motivações e se este personagem não seria o fio condutor de todos os outros que estão à margem. São tantas fases e etapas diferentes – e talvez o resumo seja essa última figura”, conclui.

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