Real digital será nova camada de infraestrutura para o setor financeiro, diz economista do BC; ouça

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Nesta edição do BlockTalks no noomiscast, Maurício Magaldi conversa com Fábio Araújo, economista do Banco Central (BC), coordenador da iniciativa batizada de real digital. Durante a entrevista, Araújo detalhou os esforços do BC para desenvolvimento deste projeto de CBDC (Central Banks Digital Currency), conceito de moeda digital emitida pelos bancos centrais. "Queremos construir uma nova camada de pagamentos inteligentes baseados nas tecnologias que o real digital pode trazer", comentou. Para Araújo, o ganho com este novo modelo para a sociedade é oferecer uma plataforma de pagamentos inteligentes. "Da mesma forma que a gente vê uma mudança de paradigma quando passou de 15 minutos (cada transação) do TED para 10 segundos no Pix, deve ter uma mudança de paradigma com essa capacidade de programação disponível no ambiente de blockchain ”, explicou, sobre a infraestrutura que deve suportar o real digital. “A gente espera construir uma nova camada de infraestrutura para o setor financeiro. É isso que o real digital vai ser.” Internet das coisas Sobre as possibilidades de aplicação do real digital, Araújo citou como exemplo os dispositivos de internet das coisas (IoT), que têm potencial de instalar sensores capazes de fazer pagamento automático ou solicitações de compra diretamente nesta nova infraestrutura digital. Próximos passos A respeito dos próximos passos do projeto, o economista explicou que, após conversas iniciais internamente no BC, o momento agora é de concentrar esforços na disseminação desse conceito, sobretudo por meio de ações de comunicação, entre elas a realização de lives e webinars. Esses debates com a sociedade e o mercado, segundo Araújo, devem se estender até o começo do próximo ano. Em seguida, a ideia é selecionar grupos de projetos para começar a implantação de testes por meio de um MVP, sigla em inglês para Minimum Viable Product, ou Produto Mínimo Viável. "Durante uns 6 meses vamos acompanhar para ver em que direção o mercado gostaria de caminhar. Dependendo de como isso evolua, a gente deve pensar em 2023 para uma fase de pilotos”, projetou. "A gente espera ter em 2023 ou 2024 uma maturidade melhor para definir como vai ser essa plataforma; temos um caminho longo para amadurecer.” Durante a entrevista, Araújo falou também sobre a maturidade do sistema financeiro brasileiro em comparação com outros países, as diferenças do projeto de CBDC brasileiro, bem como o potencial uso de blockchain. Ouça a entrevista na íntegra.